Prêmios do público e do júri consagram Apolo no Festival MixBrasil 33º Festival Mix Brasil de Cultura da Diversidade
“Apolo”, documentário dirigido por Tainá Müller e Isis Broken, recebeu dois importantes reconhecimentos no 33º Festival MixBrasil de Cultura da Diversidade, com cerimônia de premiação realizada na Biblioteca Mário de Andrade, em São Paulo, nesta quarta-feira. A produção conquistou o Coelho de Prata (Prêmio do Público) de Melhor Longa Nacional e uma Menção Honrosa do Júri na categoria de Melhor Longa-Metragem, reforçando sua força, relevância social e impacto emocional.
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| Créditos: Amanda Clemente/Festival MixBrasil |
A justificativa do júri para a Menção Honrosa ressalta a profundidade e a urgência do documentário: “Um filme que emociona por transbordar resistência, mas, principalmente, amor, respeito e cuidado. Com uma narrativa que expõe a intimidade de forma corajosa para denunciar violências institucionais, mas é amarrada pelo amor entre o casal e o acolhimento da família de ambos, este trabalho firma sua relevância pela riqueza de imagens e a potência não apenas de levantar o debate acerca das famílias transcentradas, mas de trazer esperanças para o que há por vir. No país que, no presente, mais mata pessoas trans no mundo, este filme reescreve a história por meio de uma carta para o futuro. Um futuro no qual a existência e o afeto entre famílias LGBTQIAPN+, e principalmente entre pessoas trans, deverá ser não apenas respeitado, mas celebrado. O filme é um registro histórico, uma carta de amor e um poético manifesto do futuro que é escrita como uma carta para esta vida tão aguardada e que tanto merece ser celebrada.”
Presente na cerimônia, Tainá Müller subiu ao palco para receber o certificado de Menção Honrosa do Júri na categoria de Melhor Longa-Metragem, afirmando ser “uma emoção recebermos esses prêmios por um filme que foi uma batalha fazermos. Mas principalmente uma batalha de Isis Broken e Lourenzo Gabriel. Hoje vemos Apolo tão lindo, tão saudável, e essa família brasileira, transcentrada, tão maravilhosa. Acho que é a maior satisfação que a gente pode ter. É isso, o amor supera tudo”.
Os prêmios no 33º Festival MixBrasil de Cultura da Diversidade (onde o filme recebe reprise nesta sexta-feira, 21/11, no Instituto Moreira Salles - IMS Paulista, às 19h), chegam após a forte recepção do filme no Festival do Rio deste ano, onde “Apolo” fez sua première nacional e venceu nas categorias Melhor Longa-Metragem Documentário e Melhor Trilha Sonora Original, composta pelo músico Plínio Profeta.
“Apolo” acompanha a jornada de uma família formada por um casal transgênero revelando as nuances do amor. Enquanto acompanhamos a gestação de Apolo, refletimos sobre os diferentes dramas de um casal transgênero: Isis Broken e Lourenzo Gabriel. O pai está dando à luz e a sociedade não está preparada para isso.
A atriz e agora cineasta Tainá Müller estreia na direção de longas-metragens com este projeto. “Durante meu tempo como repórter da MTV, sempre buscava trazer alguma poesia para as reportagens que fazia sobre música, mas os vinte anos que me dediquei inteiramente à carreira de atriz acabou deixando para trás essa minha raiz no audiovisual. Durante a pandemia foi justamente quando essa inquietação de contar histórias de forma mais autoral voltou a ‘bater na minha porta’”, conta Tainá.
A atriz e artista musical Isis Broken, além de personagem, celebra sua estreia dirigindo no cinema, que categoriza como desafiadora: “Todos os momentos tiveram suas particularidades e dificuldades, porque estávamos expondo a nossa família, que vivia um preconceito muito grande. Apesar de tudo, sabíamos que não estávamos sozinhes, tínhamos amor, coragem e o apoio de muitas pessoas que acreditam na luta por respeito e dignidade”, relembra Isis.
Para ambas, “Apolo” também foi motivador em contribuir para lidar com assuntos que nem sempre ganham protagonismo no debate social. Segundo Isis, “as pautas sobre famílias transcentradas, sobre maternidade e paternidade trans, precisam ser visibilizadas. É difícil, mas é também uma forma de resistência e de construção de um futuro mais justo”.
Já para Tainá, “a entidade ‘família’ é um conceito capturado no mundo inteiro hoje pela política, pois entenderam que em um mundo fragmentado, é onde as pessoas se fortalecem. Mas há uma distorção que tenta limitar esse conceito a uma caixinha de ‘normatividade’ e acho que ‘Apolo’ vem para mostrar que outros modelos familiares não só são possíveis, como merecem igual respeito”.
“Apolo” é produzido pela Capuri, Puro Corazón e Biônica Filmes, esta última também distribuidora do filme, e tem apoio do Grand Mercure Copacabana. Realização Governo do Estado de São Paulo, Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, Governo Federal, Ministério da Cultura e Lei Paulo Gustavo. O lançamento comercial acontecerá no dia 27 de novembro de 2025.
SINOPSE OFICIAL
Enquanto acompanhamos a gestação de Apolo, refletimos sobre os diferentes dramas de um casal transgênero: Isis Broken e Lourenzo Gabriel. O pai está dando à luz e a sociedade não está preparada para isso.
FICHA TÉCNICA
Produção: Capuri, Biônica Filmes e Puro Corazón
Produtores: Bianca Villar, Eduardo Rezende, Fernando Fraiha, Henrique Sauer, Karen Castanho, Tainá Müller e Thiago Mascarenhas
Produtores Associados: João Macedo, Plínio Profeta
Direção: Tainá Müller e Isis Broken
Argumento e Idealização: Tainá Müller
Roteiro: Tainá Müller, Tatiana Lohmann, Isis Broken, Lourenzo Duvale
Direção de Fotografia: Nico Mascarenhas
Montagem: Tatiana Lohmann
Som Direto: Clara Cavalcante, Gustavo Ruggeri, Juliana Chotte, Isis Araújo
Supervisão de Edição de Som: Miriam Biderman, ABC
Desenho de Som e Mixagem: Ricardo Reis, ABC
Música Original: Plínio Profeta
Coordenação de Pós-produção: Beto Bassi
Colorista: Samanta do Amaral, ABC, DAFB
Produção Executiva: Isa Colombo, Denise Fait
Produção de Distribuição: Barbara Sturm
Distribuição: Biônica Filmes
Ano de Produção: 2025
Gênero: Documentário
Duração: 82 minutos
Tainá Müller | Direção
Tainá Müller é atriz, cineasta e jornalista formada pela PUC-RS. Começou a carreira como modelo internacional e, antes de se dedicar integralmente à atuação, trabalhou como repórter da MTV, onde esteve à frente de matérias sobre música e comportamento. No cinema, participou de “Tropa de Elite 2: O Inimigo Agora é Outro” (2010) e conquistou prêmios com “Cão Sem Dono” (2007) e "As Mães de Chico Xavier" (2011). Participou de produções marcantes na televisão, como “Em Família” (2014, onde protagonizou, ao lado de Giovanna Antonelli, o primeiro casamento lésbico da televisão brasileira) e “Bom Dia, Verônica” (2020-2024). Em 2025, estreou na direção de longas-metragens com o documentário "Apolo", ampliando sua trajetória artística também atrás das câmeras.
Isis Broken | Direção
Isis Broken é atriz e cantora sergipana, bisneta de coiteiro de Lampião e neta de repentista, cuja carreira une música, atuação e ativismo. Ganhou projeção com o videoclipe “Clã”, gravado em celular e vencedor de mais de 27 prêmios no Brasil e no exterior, incluindo o Festival de Cinema de Vitória e o MVF. Na televisão, estreou como Mateusa em “Histórias Impossíveis” (Globoplay) e alcançou grande destaque em 2024 na novela “No Rancho Fundo”, da TV Globo, interpretando Corina Castello, personagem que marcou um momento histórico para artistas trans. Também é mãe de Apolo, filhe fruto de um relacionamento transcentrado, experiência que inspirou um documentário em co-direção com Tainá Müller. Em 2025, lançou o álbum “Orquestra Sinfônica das Cachorras de Rua” e gravou seu primeiro longa, “Borda do Mundo”, previsto para 2026.
Capuri | Produtora
Produtora premiada, independente e inovadora, especializada no desenvolvimento e produção de longas-metragens de ficção e documentário. Seu portfólio inclui obras exibidas e premiadas em grandes festivais internacionais, como Hot Docs, DOK Leipzig, Tallinn Black Nights, Gramado e Festival do Rio. Entre seus destaques estão o longa-metragem de ficção "Sonhar com Leões", selecionado para o Tallinn Black Nights e Red Sea Festival, e o documentário "Passinho Foda", disponível na Netflix. Também se destacam "Amo-te Imenso", longa-metragem de ficção em coprodução com a Paramount Pictures, e "Eu Sou Maria", coprodução com Globo Filmes e Telecine, que integrou a Seleção Oficial do Festival do Rio e a 47ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo. A produtora possui ampla experiência em coproduções internacionais, estabelecendo parcerias com países como França, Alemanha, Espanha, Portugal e diversos territórios da América Latina, viabilizando projetos por meio de diferentes mecanismos de financiamento e fundos internacionais. Atualmente, está em pós-produção de 4 longa-metragens incluindo o longa-metragem de ficção "E o Sol na Cabeça", em coprodução com a Paramount Pictures, o longa ficção “Amanhã já não chove” e os documentários “Pássaros Invisíveis” e “Bukra".
Biônica Filmes | Produtora e Distribuidora
Fundada em 2012 por Bianca Villar, Fernando Fraiha e Karen Castanho, a Biônica Filmes consolidou-se como uma das principais produtoras do audiovisual brasileiro. Com um portfólio diversificado que inclui 18 longas-metragens e 4 séries, a Biônica é focada em filmes com potencial comercial e valor artistico. Entre suas conquistas mais recentes estão os longas “Chico Bento e a Goiabeira Maraviosa” (2025), que levou mais de 1 milhão de espectadores aos cinemas, e “A Melhor Mãe do Mundo” (2025), dirigido por Anna Muylaert - que estreou no Festival de Berlim (Berlinale) de 2025 e já conquistou 4 importantes prêmios. Em 2023, A Biônica lançou “Pedágio”, dirigido por Carolina Markowicz que estreou no Festival de Toronto (TIFF) e foi selecionado para mais de 70 festivais de cinema, conquistando 29 prêmios, incluindo Melhor Filme nos festivais de Roma, Ostende e Leeds, além do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro como Melhor Longa de Ficção, Melhor Direção e Melhor Roteiro. Ao longo dos últimos 12 anos, os filmes da Biônica Filmes já levaram mais de 7 milhões de pessoas às salas de cinema no Brasil, alcançando o topo das bilheterias nacionais em três anos distintos, com Os Homens São de Marte… e é pra lá que eu vou”, Turma da Mônica - Laços e Turma da Mônica - Lições. Em 2025, a produtora lançou “”Chico Bento e a Goiabeira Maravilhosa” que fez 1 milhão de espectadores em cinemas, o documentário “Ritas”, sobre Rita Lee que foi o documentário mais visto nos cinemas em 2025, o filme “A Melhor Mãe do Mundo”, de Anna Muylaert e vencedor de 20 prêmios, e longa-metragem “O Filho de Mil Homens”, de Daniel Rezende.
Puro Corazón | Produtora
A Puro Corazón é uma produtora fundada por Tainá Müller e Henrique Sauer, com o propósito de desenvolver projetos audiovisuais com viés de impacto social e ambiental. Estreia na produção com o documentário "Apolo" e já desenvolve novos projetos que buscam promover debates de interesse público. Para além do audiovisual, a marca expande sua atuação com iniciativas sustentáveis, como o chocolate Puro Corazón, feito com cacau amazônico adquirido diretamente de comunidades ribeirinhas, valorizando a floresta em pé e a economia local.
Esse conteúdo faz parte do projeto Mona Cultural e conta com o apoio de Dicas do Dia, CareUp e Dr. Fábio Henrique

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