Cia de Dança Deborah Colker traz Sagração ao Teatro Sérgio Cardoso

O Ministério da Cultura, a Petrobras e o Instituto Cultural Vale apresentam “Sagração”, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. O espetáculo realiza temporada de 06 a 15 de junho em São Paulo no  Teatro Sérgio Cardoso, vinculado à Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de  São Paulo e gerido pela Associação Paulista dos Amigos da Arte.  

Sagração - Créditos: Flavio Colker

Na versão dirigida por Deborah Colker, a música clássica de Stravinsky encontra ritmos  brasileiros no espetáculo inspirado por visões ancestrais sobre a origem do mundo. “Sagração” estreou no dia 21 de março de 2024 no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Fundada em 1994, a Companhia realizou mais de duas mil apresentações em mais de 100 cidades de 35 países, totalizando um público de cerca de 4 milhões de pessoas em todas as suas performances. 

“Durante esses anos, assistimos e participamos de muitas transformações na cultura, na política e na economia. Chegamos até aqui porque temos este espírito de evolução, que é um tema muito precioso para o novo espetáculo”, avalia o diretor executivo João Elias, que fundou a  companhia de dança com Deborah Colker. 

O processo criativo de “Sagração” durou dois anos e meio. O espetáculo é uma livre adaptação de  “A Sagração da Primavera”, obra composta pelo russo Igor Stravinsky, que ganhou projeção mundial  pela montagem estreada em Paris em 1913, com coreografia de Vaslav Nijinsky e produção de  Sergei Diaghilev para os Ballets Russes. A composição musical é considerada revolucionária por introduzir estruturasrítmicas e harmônicas nunca antes utilizadas em partituras.

“Quando decidi recontar esse clássico, pensei que teria de ser a partir da cosmovisão de povos originários do Brasil”, lembra Deborah, que também é pianista. “Stravinsky foi responsável por pontos de ruptura e provocação entre o erudito e o primitivo. ‘A Sagração da Primavera’ representa esses pontos de evolução da humanidade”. 

Foi em uma viagem para o Xingu, durante o Kuarup, e no encontro com as aldeias indígenas  Kalapalo e Kuikuro, que Deborah conheceu Takumã Kuikuro. O cineasta contou à ela como o povo  do chão recebeu o fogo do Urubu Rei. Essa história é dançada e acompanhada por narração do próprio Takumã e faz parte da coleção de cosmogonias que a diretora reuniu para montar a  dramaturgia do espetáculo. 

“Tudo só poderia ter começado com uma mulher. Uma avó. A avó do mundo”, conclui Deborah, que,  com a assessoria de Nilton Bonder, revisitou a mitologia judaico-cristã. Do livro “Gênesis”, as passagens sobre Eva e a serpente e também Abraão ganham cenas que destacam momentos de  ruptura. “São dois mitos que elaboram sobre a consciência humana: pela autonomia de uma mulher  que desperta para caminhos interditados e transgride; e de um homem que sai da sua casa e cultura em direção a si mesmo”, destaca Nilton Bonder. Além das alegorias bíblicas, a coreógrafa também  buscou referências na literatura científica. 

“A versão mais recente da nossa espécie é a Homo sapiens sapiens que, assim como outros  seres, precisa se adaptar constantemente”, pontua Deborah, destacando a presença das  personagens que representam bactérias, herbívoros e quadrúpedes no espetáculo. “Nossa  dramaturgia é feita da poesia presente em mitos e teorias que pensam a existência da vida em nosso planeta”. A coreógrafa, em parceria com o diretor musical Alexandre Elias, introduziu à partitura instrumental de Stravinsky a sonoridade pujante das florestas e ritmos brasileiros.

Boi bumbá, coco, afoxé e samba foram introduzidos à criação de Stravinsky. Aos acordes de instrumentos de orquestra, o diretormusical adicionou flauta de madeira,maracá, caxixi e tambores. Os paus de chuva também entram em cena no arranjo executado ao vivo pelos bailarinos. Para dar vida às narrativas e trajetórias do espetáculo, o cenógrafoGringo Cardia incorpora 170 bambus de 4 metros de altura que simbolizam resistência e flexibilidade.


Criação, Direção e Dramaturgia  

DEBORAH COLKER 


Direção Executiva  

JOÃO ELIAS 


Direção Musical

ALEXANDRE ELIAS 


Direção de Arte

GRINGO CARDIA 


Dramaturgia

NILTON BONDER 


Figurinos

CLAUDIA KOPKE 


Desenho de Luz  

BETO BRUEL 


Fotografia

FLÁVIO COLKER 


Serviço 

São Paulo Teatro Sérgio Cardoso  06 a 08/06 e 11 a 15/06  

Quarta a sábado 20h  

Domingo 17h  

R$ 40,00 a R$ 160,00


Sobre a Amigos da Arte 

A Associação Paulista dos Amigos da Arte é uma Organização Social de Cultura que trabalha em parceria  com o Governo do Estado de São Paulo desde 2004. Música, literatura, dança, teatro, circo e atividades  de artes integradas fazem parte da atuação da Amigos da Arte, que tem como objetivo fomentar a  produção cultural por meio de festivais, programas continuados e da gestão de equipamentos culturais  públicos. Em seus 20 anos de atuação, a Organização desenvolveu mais de 70 mil ações que impactaram  mais de 30 milhões de pessoas. 


Press release by Pevi 56


Esse conteúdo faz parte do projeto Mona Cultural e conta com o apoio de Da20 Conteúdo Digital, CareUp, ZTX Lab, Cris Moraes PR e Lumière  Beleza e Estética

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